As compras brasileiras de diesel russo dispararam após o início da guerra na Ucrânia, gerando preocupação internacional, especialmente por parte dos Estados Unidos. Desde o conflito, o Brasil passou a importar volumes significativamente maiores do combustível, posicionando-se como um dos principais compradores do diesel russo no mercado global.
Essa mudança no padrão de importação tem levantado debates políticos e econômicos, principalmente no contexto das sanções aplicadas contra a Rússia por vários países. O governo brasileiro, entretanto, destaca que a decisão é pautada pela busca por preços competitivos e pela garantia do abastecimento interno, essencial para o funcionamento do setor produtivo e do transporte.
Especialistas apontam que o aumento nas aquisições do diesel russo pelo Brasil se deve à combinação de fatores, como a redução das opções de fornecedores no mercado mundial e os preços mais atrativos praticados pela Rússia. Além disso, o Brasil mantém uma política de diversificação das fontes de importação para evitar riscos de desabastecimento.
No entanto, a escalada das importações tem provocado reações no cenário diplomático. Autoridades americanas manifestaram preocupação com a participação brasileira no comércio de combustíveis russos, interpretando a movimentação como uma contravenção às medidas de isolamento econômico da Rússia. Por sua vez, o governo brasileiro reafirma que suas ações são legítimas e respeitam as normas internacionais vigentes, defendendo o direito soberano de conduzir suas relações comerciais.
Em paralelo, analistas econômicos ressaltam que a dependência maior do diesel importado da Rússia pode trazer riscos futuros, especialmente se houver intensificação das sanções ou mudanças no cenário geopolítico global. Portanto, embora o cenário atual favoreça a compra pelo custo-benefício, é necessário cautela para evitar impactos econômicos negativos em caso de novas restrições comerciais.
Esse aumento nas importações também reflete a crescente demanda interna por diesel no Brasil, impulsionada pelo crescimento do setor de transporte e da indústria. Com isso, o país busca equilibrar a oferta para atender às necessidades do mercado interno, mantendo preços relativamente estáveis para consumidores e empresas.