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Foto: Reprodução

O governo dos Estados Unidos oficializou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras. A medida gerou forte repercussão internacional e imediata preocupação em setores produtivos no Brasil. No entanto, o decreto assinado por Trump surpreendeu ao incluir uma lista com 694 produtos brasileiros isentos da nova alíquota, reduzindo o impacto direto sobre algumas cadeias importantes da economia nacional.

Produtos brasileiros isentos do tarifaço

Entre os quase 700 itens liberados da nova taxação, estão produtos essenciais para o comércio entre Brasil e EUA. Foram poupados itens como:

  • Celulose e madeira tropical, amplamente exportados por estados como Paraná, Mato Grosso e Pará;
  • Suco e polpa de laranja, setor de forte presença em São Paulo;
  • Castanhas e outros alimentos naturais, com forte apelo no mercado norte-americano;
  • Aeronaves da Embraer e suas peças, segmento considerado estratégico para ambas as nações;
  • Carros de passeio, SUVs e caminhões leves, além de componentes veiculares;
  • Minérios como ferro-gusa, alumina, estanho e silício, fundamentais para o setor metalúrgico;
  • Combustíveis e derivados, como petróleo e gás natural;
  • Itens culturais e de doação, como livros, obras de arte, bagagens e materiais jornalísticos.

Essa isenção parcial mostra que, apesar da retórica agressiva do governo Trump, há um esforço para preservar relações comerciais em setores de interesse mútuo.

Setores brasileiros afetados

Apesar das isenções, nem todos os segmentos foram poupados. Produtos como café, carne bovina e frutas in natura seguirão sendo impactados pela tarifa de 50%. A exclusão desses itens da lista de isenção preocupa cooperativas, exportadores e produtores, especialmente em estados como Minas Gerais e Goiás, fortemente dependentes dessas cadeias produtivas.

Razões geopolíticas por trás do tarifação

O decreto não tem apenas um caráter econômico. Ele se baseia em justificativas relacionadas à segurança nacional dos EUA. A ação também é interpretada como um recado político à gestão Lula e ao cenário interno do Brasil, envolvendo investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e sanções a autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, incluído na Lei Magnitsky.

Brasil busca alternativas

Diante da medida, o governo brasileiro já articula uma resposta. A equipe econômica avalia medidas emergenciais de apoio aos exportadores prejudicados, enquanto o Itamaraty considera levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e ativar mecanismos da Lei de Retaliação Comercial. Também estão em pauta tratativas com blocos como União Europeia, Mercosul e países asiáticos para ampliar acordos que reduzam a dependência das exportações brasileiras em relação aos Estados Unidos.

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